segunda-feira, 17 de outubro de 2016

O que é isso, “companheiro”?







O que está ocorrendo hoje em Belém é algo nunca visto nesta cidade. 

Aos poucos, cidadãos de todos os partidos e ideologias vão se aglutinando em torno de Edmilson, para guindá-lo à Prefeitura de Belém.

É um fenômeno semelhante ao que ocorreu em 1996, na primeira eleição dele.

A diferença é a amplitude ideológica das pessoas que o apoiam, que hoje é muito maior.

Além disso, a motivação também difere.

Em 1996, o que levou à eleição de Edmilson foi a baixaria das campanhas dos demais candidatos.

Hoje, no entanto, o que une esse “arco-íris humano” é a defesa da vida.

É a certeza de que precisamos frear essa matança que tomou conta da nossa cidade, e esse sofrimento atroz de seres humanos, nas nossas unidades de saúde.

E não que Edmilson nos pareça um “salvador da pátria”, ou ao menos uma Brastemp.

Todos conhecemos os defeitos dele.

Mas todos também sabemos que ele é um bom administrador. E é disso que Belém precisa, neste momento, para sair desse caos.

E é por isso, “companheiro”,  que eu tenho enorme dificuldade de entender, quando você diz que vai anular o seu voto, neste segundo turno.

Logo você, que se diz uma pessoa “politicamente esclarecida”, e até milita no PT, no PSOL, na REDE, ou no PSTU.

Em primeiro lugar, “companheiro”, o que está em jogo nesta eleição não é o seu umbigo ou a sua “pureza d’alma”: o que está em jogo são milhares de vidas humanas – literalmente!

Tem gente morrendo, em meio a dores terríveis, porque os nossos hospitais não têm médicos, não têm equipamentos, não têm remédios, não têm nada.

Tem criança, mulher, velhos, jovens sendo assassinados, todos os dias, nas ruas da nossa cidade; famílias inteiras destruídas por uma dor lancinante, que coisa alguma poderá apagar.

Tem milhares de pessoas vivendo e morrendo que nem caranguejo, no meio da lama.

Mas você está aí preocupado é com a sua “pureza”...

E logo você, que vive dizendo por aí que a sua preocupação é com a sociedade...

Que compromisso coletivo é o seu, “companheiro”?

Que formação política é a sua, que até pega corda de tucano?

Vá dar uma volta nos nossos prontos socorros, “companheiro”!

Vá dar uma volta lá no Tucunduba!

E talvez aí você pare de agir que nem um filhinho de papai, que fica por aí fazendo birra, só porque as coisas não saíram do jeito que você imaginou.

Você queria um “santo”, cercado de “santos” por todos os lados.

Mas deu de cara com seres humanos realizando essa atividade tão bela, tão extraordinária, tão humana que é a Política.

Que “coisa estranha”, né, “companheiro”?

Não tem “demônios” de um lado, e “anjos” do outro.

Não tem nada dessa religiosidade que impregna o seu pensamento “diz que” político.

O que tem é gente de todos os partidos, de todas as ideologias, numa grande frente pra resgatar a nossa cidade, que está a afundar diante dos nossos olhos.

E sabe por que isso o assusta, “companheiro”?

Porque, apesar de se julgar tão “politicamente esclarecido”, você só sabe pensar de forma maniqueísta.

Você não consegue enxergar além desse filme, no qual você é o único “mocinho”.

E aí não consegue entender que a realidade é um imenso calidoscópio e que cada ser humano é uma profusão de nuances, que só mesmo Deus pra criar.

E é por isso, “companheiro”, que eu prefiro UM eleitor do Éder Mauro ou do Maneschy, que vai apertar o 50 neste segundo turno, a MIL cidadãos como você.

Porque esses eleitores já compreenderam que é preciso uma ação coletiva, pra salvar um bem coletivo, que é a nossa cidade.

Eles não estão nem aí pra antipatia que sentem pelo Edmilson.

Eles sabem que o importante, neste momento, é arrancar Belém desse caos.

Ao fim e ao cabo, eles têm muito mais compromisso com a coletividade do que você, com todo o seu discurso.

E fique certo de uma coisa, “companheiro”: votar nulo só demonstra o seu desprezo pelo voto e pela Cidadania.

O voto não é uma simples obrigação ou um direito que pertença apenas a você.

O voto é uma conquista da Humanidade. É o império da vontade humana sobre o “direito divino” dos governantes.

E Cidadania, “companheiro”, não é só exigir e receber Saúde, Saneamento, Segurança, Educação.

Cidadania é também escolher os rumos que queremos para a nossa cidade, mesmo quando as opções não são aquelas que gostaríamos.

Há que decidir, e fiscalizar, e cobrar.

Há que ser Cidadão por inteiro, e não apenas pela metade.

Há que se deixar de lado o próprio umbigo, para AGIR em favor de milhares de cidadãos, que precisam urgente e desesperadamente da nossa ajuda.

Esta é uma eleição dificílima.

Somos nós, dessa ampla frente em defesa da vida, contra uma máquina poderosíssima, que tenta enganar a nossa população. 

Cada um de nós faz uma falta danada neste momento, que não é, com certeza, um momento pra “birrinhas”.

Então, escolha, “companheiro”: é o seu umbigo, a sua “pureza d’alma”, ou milhares de vidas.

FUUUIIIII!!!!!!

3 comentários:

Anônimo disse...

Jornalista Ana Celia Pinheiro,

Sua competência jornalística é inconteste, brilhante arrojo na pesquisa, mas, infelizmente, está se deixando levar pelo viés "polítiquês". Inicialmente com a retórica de GOLPE e FORA TEMER. Agora com a mesmice do voto no "menos pior". Deixo para você um trecho da entrevista do cineasta Fernando Padilha(pesquise no YouTube): "Quando você em um minuto qualquer vincula o seu nome a um bando de bandidos, o seu nível ético e moral cai a um nível tão baixo que parece conversa de malandro de botequim, e em conversa de malandro de botequim o lula sempre vence, porque o lula é um malandro de botequim". Junte-se ao lula esse candidato, que nunca demonstrou que deixou definitivamente o PT. Com a sua eleição milhares de companheiros de todo o país ocuparão a Prefeitura.

Anonimo disse...

Quem precisa do lula quando se tem a PEC 241 que acabará com a saúde e a educação dos pobres do Brasil??
Chega de falso moralismo!
Chega de moralismo de botequim!
Vá se informar dona Ana.

Luiz Mário de Melo e Silva disse...

Não seria demais imaginar que estamos imersos em uma imensa arena romana, matando e morrendo, enquanto os imperadores (diga-se, corrupta elite) enriquecem e se regozijam com o espetáculo. Tudo sob o movimento da "mão invisível" (politicagem) da corrupção e a pose de bom-moço.