sexta-feira, 19 de março de 2010

Helder descarta candidatura nas eleições de outubro



O prefeito de Ananindeua, Helder Barbalho, descartou, há pouco, em entrevista à Perereca, a possibilidade de se candidatar nas eleições deste ano, ainda que seja a vice-governador.

“Para ser vice, nesta eleição, eu teria de sair da Prefeitura até 3 de abril. E isso seria um equívoco enorme, tendo cumprido apenas um ano e três meses do meu segundo mandato”, afirmou.


Helder disse que tem um compromisso com a população de Ananindeua e considera que seria “uma deslealdade” deixar o cargo agora. “Seria mostrar que só estou interessado em minha própria carreira”, observou.


Quanto ao fato de tal decisão resultar em dificuldades, já que poderá ficar dois anos sem mandato – ele deixará a prefeitura em 2012 e só poderá concorrer às majoritárias ou a deputado em 2014 – disse, apenas: “O futuro a Deus pertence. Longe de mim querer pautar os planos do Senhor”.


Helder reconheceu , no entanto, que pretende, sim, eleger-se governador, embora não confirme a pretensão de disputar o cargo em 2014.


“Quem faz carreira política, deseja, é claro, chegar ao Executivo. E eu tenho o sonho de chegar a essa função. Mas, não é correto futurologia de quando será isso. O correto é dizer que desejo, no futuro, ser governador do Pará”.


Ele evitou entrar em detalhes sobre as negociações entre o PMDB e o blocão PTB/PR. Disse, apenas, que seu pai, o deputado Jader Barbalho, presidente estadual do PMDB, tem dialogado com todos os partidos.


Também foi reticente ao falar sobre a possibilidade de Jader se candidatar ao Governo do Estado, nas eleições deste ano.


“Esse é um assunto que ainda deverá ser debatido pelo PMDB. Há pressão do partido para que ele seja candidato ao Governo. Mas ele tem colocado, de maneira serena, que a sua condição de líder político o obriga a analisar o cenário local e nacional, para tomar a melhor atitude”, sapateou.


E se ele, Helder, estivesse no lugar de Jader, o que faria? – quis saber a Perereca.


A resposta: “Se eu fosse ele, aguardaria algumas outras informações. Quando você é um líder político, não pode ser visto como um atirador. E ele (Jader) não é um franco-atirador; se fosse, resolveria, apenas, pelas conveniências pessoais. Mas, há um número de pessoas que lhe delegaram a responsabilidade partidária. Por isso, ele precisa analisar os cenários, para ver o que é melhor para o partido, hoje e mais adiante. E tem de ver, também, o que a sociedade espera dele”.


E acrescentou: “Acho que ele age de maneira correta, ao fazer tudo isso. E acho que a decisão definitiva dele não deve passar de abril”.


Sobre a possibilidade de recomposição da aliança com o PT, Helder disse que tudo é possível: tanto recompor com os petistas, quanto “conversar” com o PSDB – ou, ainda, “encabeçar a terceira via”.


Sobre a resistência que existiria dentro do PMDB a uma recomposição da aliança com os petistas (o que poderia levar as bases e lideranças peemedebistas a apoiarem o tucano Simão Jatene, caso Jader feche acordo para a reeleição da governadora Ana Júlia Carepa), Helder afirmou:


_Primeiro, acho que não existe essa questão de não seguir a orientação do deputado Jader Barbalho. Se alguém é da tese que não haverá acompanhamento da decisão dele, esse alguém não tornou pública essa intenção. Tivemos, inclusive, uma reunião, na segunda-feira da semana passada, com a presença de 15 prefeitos do PMDB. Todos eles pediram para que o deputado Jader Barbalho seja candidato ao governo. Mas também disseram que, se ele não for candidato, seguirão a liderança dele.


E enfatizou: “O partido marchará unido”.


Helder disse também, acerca das dificuldades de composição com os petistas, que elas existem “da mesma forma que existem com o PSDB”.


Mas, observou, em ambos os casos elas não são “instransponíveis”.


A seu ver, há duas palavras que traduzem exatamente o sentimento existente no PMDB.


A primeira é confiabilidade/credibilidade. A segunda, conveniência.


E comentou: “Se for conveniente, vamos encabeçar uma terceira via. Se for conveniente o PT ou o PSDB, iremos também.


Tais negociações envolvem “programa de governo, participação no governo e relações institucionais”.


No entanto, avisa: “Fique certa de que não iremos pela conveniência dos outros. E sim pela conveniência do partido e do eleitorado que o PMDB representa”.

2 comentários:

André Carim disse...

Análise correta e sensata. Parabéns!

Ana Célia Pinheiro disse...

Oi, André:

Muito obrigada pela participação.
Também achei boas as declarações do Helder.
Mas, gostaria é de pegá-lo num ping-pong - e não rapidamente por telefone.
Assim, daria para "espremê-lo" muito mais.
Volte sempre.
Abs,

Ana Célia