sexta-feira, 19 de junho de 2009

Jatene12


Crescimento do custeio ameaça estabilidade


Perereca: o senhor acha que o PT está quebrando o estado com esse crescimento do custeio, registrado nos dois últimos anos?


Jatene: Você me dá oportunidade até para falar algumas coisas bem interessantes.

Eu ouvia muito uma história de que eles pegaram o estado quebrado. Mas, o maior aumento salarial aos servidores, no governo atual, foi em 2007.

Então, como é que pode isso, se o estado estava quebrado? Quer dizer, na verdade, isso foi feito com o orçamento que deixamos; foi a nossa “herança maldita”...

Outro exemplo: a crise na saúde, aquela situação dramática na Santa Casa, foi em 2008, assim como a grande explosão da insegurança pública. Estranho isso, não é?

Quanto à sua pergunta, o que posso dizer é que, se pegarmos o que gastávamos em custeio, corrigirmos pela inflação e compararmos com o que foi gasto em 2008, esse gasto em custeio aumentou em torno de R$ 700 milhões.

E eu não vejo em que o Estado melhorou, em termos de prestação de serviços, para justificar esse aumento de R$ 700 milhões.

Se pegarmos os números dos investimentos, veremos o seguinte: investimos, em 2006, cerca de R$ 950 milhões – o que, corrigido, daria mais de R$ 1 bilhão.

Já em 2007, o investimento despencou para a metade disso.

E, em 2008, os investimentos ficaram em torno de R$ 900 milhões – mas eu fico profundamente intrigado em saber onde é que foram investidos esses R$ 900 milhões de 2008, porque, em 2006, com os R$ 950 milhões que investimos, fizemos três hospitais de média e alta complexidade, o Hangar, o asfaltamento da PA-279, ou seja, vários projetos. E eu não consigo ver nada disso em 2008.


Perereca: Esse crescimento do custeio se sustenta em relação ao crescimento da arrecadação?


Jatene: Eu diria que é preocupante, porque o equilíbrio das contas públicas é fundamental para qualquer gestão. Aí, gostaria de fazer uma observação: se pegarmos o que foi repassado ao Pará no último ano do presidente Fernando Henrique Cardoso; projetarmos isso para os anos subseqüentes e compararmos com o que foi repassado pelo Governo Federal, sob o presidente Lula, vamos constatar que o Pará deixou de receber R$ 1,2 bilhão – o equivalente, portanto, a dez obras como o Hangar.

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