segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Ana


Em política nem tudo é canela





Hoje, depois de muito ouvir falar, mais uma vez, acerca da vida sexual da minha xará, a governadora Ana Júlia Carepa, decidi prestar-lhe uma homenagem.


Não que isso signifique que vou deixar de fiscalizar o Governo dela – muito pelo contrário.



Mas, porque gostaria de homenagear, através da Ana Júlia Carepa, todas as mulheres do mundo que, todo santo dia, enfrentam toda sorte de preconceito, toda sorte de canalhice, simplesmente porque são mulheres.



E ainda mais quando “ousam” construir uma identidade própria, fazer carreira, num mundo como a política, que, infelizmente, ainda é amplamente dominada pelos homens.



Olho para a minha xará e vejo uma mulher jovem, bonita, atraente – e, sobretudo, sozinha.



Uma mulher sem “senhor”, sem marido, sem patrão.



E que, no entanto, vem sendo sistematicamente humilhada por ter uma vida sexual ativa, como, aliás, todas as mulheres anseiam e precisam ter.



Já ouvi até de mulheres comentários desabonadores – para elas, as “comentaristas”... – acerca da governadora.



Como se a nós coubesse, apenas, o papel de bibelozinhos bonitinhos, frágeis e bem comportados.



Como se não fôssemos seres humanos inteligentes e, em geral, bem mais competentes que a maioria dos homens naquilo que fazemos.



Como se o sexo, para nós, se resumisse à simples moeda de troca, no jogo da sobrevivência.



Sinceramente que já começo a me sentir enojada – e até ofendida!... – com toda essa repugnante “vigilância”, essa fogueira inquisitorial, em torno da vida sexual da minha xará.



Ao que parece nossos políticos – apesar da fome, do desemprego, da miséria do nosso povo - não têm mais o que fazer.



Nossas lideranças, nossos jornalistas, nossas oposições parecem ter, simplesmente, perdido a noção dos limites da luta política.



Ou, pior que isso, já nem se preocupam mais em esconder esse ranço machista, essa forma abjeta como encaram todas as mulheres do mundo.



E eu me pergunto: será que esses sujeitos nunca tiveram mãe, mulher, filhas, irmãs?



Se não têm nada de relevante a dizer acerca do governo dela, do uso de dinheiro público, por que, simplesmente, não se calam?



Não encontro motivo para que seja chamada à arena política a vida sexual da governadora, a não ser o uso acanalhado, cafajeste, de um preconceito social.



A não ser essa coisa mal contida de uns uga-bugas que ainda ontem caíram das árvores e mal conseguem se equilibrar nas duas patas.



Nunca vi qualquer desses “vestais” apontarem o dedão acusador a qualquer dos “machos” que ocuparam o Governo do Estado.



Nunca vi ninguém dizer um “ai” que fosse acerca da vida sexual do Jatene, do Almir, do Gueiros, do Jader.



E todos – e toda a “corte” sabe disso muitíssimo bem!... – também tiveram uma vida sexual agitadíssima.



E que envolveu, muitas vezes, até DAS e otras cositas mas...



No entanto, até onde eu me lembro, toda a “corte” sempre achou isso “maravilhoso”, como se aos homens, e apenas aos homens, fosse “permitido” trepar com quem bem lhes apetece.



Aliás, havia até quem se dispusesse a vigiar a porta do quarto, enquanto o sujeito “se aliviava”; havia até a figura – paga com dinheiro público – do “guarda-trepada” de plantão...



E olhem que esses senhores eram todos casados; alguns até tidos e havidos como verdadeiros “modelos”, “exemplos” à sociedade...



Então, por que o “escândalo”? Por que essa cafajestice, essa hipocrisia?



E tem mais uma coisa: em todos os longos anos que passei na “corte”, além de não ouvir qualquer manifestação de desagrado em relação à vida sexual desses senhores, vi, sim, manifestações de preconceito em relação às mulheres que transavam com eles, como se fossem “as culpadas” por tais relações...



Eram tratadas como a “serpente” que seduziu o “pobrezinho” do Adão – tão “inocente” ele, né mermo?...



Creio que as pessoas precisam amadurecer; parar de fazer política à custa da vida dos outros, até porque ninguém, nesse meio, é espécie de “querubim ungido”...



Todo mundo tem a sua vidinha “por debaixo dos lençóis”...



E se a gente for revirar tais “lençóis” não sobra um “santo” para apontar o dedão acusador a quem quer que seja...



Daí que, embora morta de inveja (sim, caros leitores, é verdade: nesse sentido, estou morrendo de inveja da minha xará!...) deixo aqui essa justíssima homenagem à Ana Júlia.



E não só a ela, como já disse.



Mas, a todas as mulheres do mundo que têm a coragem de buscar o prazer, a autonomia, a independência e a felicidade apesar dessa horda, desse bando de canalhas sem mãe.




FUUUIIIII!!!!






A luz de Tieta

Todo dia é o mesmo dia
A vida é tão tacanha
Nada novo sob o sol
Tem que se esconder no escuro
Quem na luz se banha
Por debaixo do lençol...

Nesta terra a dor é grande,
A ambição pequena
Carnaval e futebol
Quem não finge
Quem não mente
Quem mais goza e pena
É que serve de farol...

Existe alguém em nós,
Em muitos dentre nós
Esse alguém,
Que brilha mais do que
Milhões de sóis
E que a escuridão
Conhece também...

Existe alguém aqui
Fundo no fundo de você
De mim
Que grita para quem quiser ouvir
Quando canta assim...

Toda noite é a mesma noite
A vida é tão estreita
Nada de novo ao luar
Todo mundo quer saber
Com quem você se deita
Nada pode prosperar...

É domingo, é fevereiro
É Sete de Setembro
Futebol e carnaval
Nada muda, é tudo escuro
Até onde eu me lembro
Uma dor que é sempre igual...

Existe alguém em nós,
Em muitos dentre nós
Esse alguém,
Que brilha mais do que
Milhões de sóis
E que a escuridão
Conhece também...

Existe alguém aqui
Fundo no fundo de você
De mim
Que grita para quem quiser ouvir
Quando canta assim...


Êta!
Êta, êta, êta
É a lua, é o sol é a luz de Tieta
Êta, êta!...(2x)

Todo dia é o mesmo dia
A vida é tão tacanha
Nada novo sob o sol
Tem que se esconder no escuro
Quem na luz se banha
Por debaixo do lençol...

Nesta terra a dor é grande
A ambição pequena
Carnaval e futebol
Quem não finge
Quem não mente
Quem mais goza e pena
É que serve de farol...

Existe alguém em nós,
Em muitos dentre nós
Esse alguém,
Que brilha mais do que
Milhões de sóis
E que a escuridão
Conhece também...

Existe alguém aqui
Fundo no fundo de você
De mim
Que grita para quem quiser ouvir
Quando canta assim...

Toda noite é a mesma noite
A vida é tão estreita
Nada de novo ao luar
Todo mundo quer saber
Com quem você se deita
Nada pode prosperar...

É domingo, é fevereiro
É Sete de Setembro
Futebol e carnaval
Nada muda, é tudo escuro
Até onde eu me lembro
Uma dor que é sempre igual...

Existe alguém em nós,
Em muitos dentre nós
Esse alguém,
Que brilha mais do que
Milhões de sóis
E que a escuridão
Conhece também...

Existe alguém aqui
Fundo no fundo de você
De mim
Que grita para quem quiser ouvir
Quando canta assim...

Êta!
Êta, êta, êta
É a lua, é o sol é a luz de Tieta
Êta, êta!...


Êta!
Êta, êta, êta
É a lua, é o sol é a luz de Tieta
Êta, êta!...

Êta!
Êta, êta, êta
É a lua, é o sol é a luz de Tieta
Êta, êta!...

Êta!
Êta, êta, êta
É a lua, é o sol é a luz de Tieta
Êta, êta!...

Toda noite é a mesma noite
A vida é tão estreita
Nada de novo ao luar
Todo mundo quer saber
Com quem você se deita
Nada pode prosperar...

É domingo, é fevereiro
É Sete de Setembro
Futebol e carnaval
Nada muda, é tudo escuro
Até onde eu me lembro
Uma dor que é sempre igual...

Existe alguém em nós,
Em muitos dentre nós
Esse alguém,
Que brilha mais do que
Milhões de sóis
E que a escuridão
Conhece também...

Existe alguém aqui
Fundo no fundo de você
De mim
Que grita para quem quiser ouvir
Quando canta assim...


Êta!
Êta, êta, êta
É a lua, é o sol é a luz de Tieta
Êta, êta!...

Êta!
Êta, êta, êta
É a lua, é o sol é a luz de Tieta
Êta, êta!...

Êta!
Êta, êta, êta
É a lua, é o sol é a luz de Tieta
Êta, êta!...

Êta!
Êta, êta, êta
É a lua, é o sol é a luz de Tieta
Êta, êta!...

(Caetano Veloso)

domingo, 22 de fevereiro de 2009

redação


Um caso de amor



Redação de jornal é a minha cachaça. Sempre foi.



Há, como naquele fado, uma estranha forma de vida a pulsar numa redação.



Não, caro leitor, não pense que estou a dizer que somos espécie de “alien” – embora, é verdade, com ele nos pareçamos na capacidade corrosiva...



Mas, prefiro nos imaginar uma comunidade meio esquisita, é verdade. Mas, em perfeita simbiose com a sociedade.



Talvez por isso não haja lugar que se compare, em ansiedade, a uma redação de jornal - a não ser pronto socorro de série televisa...



A gente mexe e remexe o “paciente”, a informação.



“Intuba”, massageia, fura em tudo que é canto. E só sossega quando, no dia seguinte, vem a certeza: habemus notícia!...



Quer dizer, é uma coisa meio enlouquecida. Mas, a gente só se aquieta com a certeza de que demos tudo o que os outros deram. E, principalmente, o que os outros não deram, também.



A notícia quente, fresquinha, exclusiva, quase que em forma de oração...



Redação que é redação sempre será assim. Apesar da instantaneidade da notícia – ou, quem sabe, mais ainda por causa dela...



E sempre terá, também, uma fauna extraordinária, a síntese do vulgar e do transcendental.



Dentre os tipos que não podem faltar há o “enigmático” foca.



O sujeito que, egresso ou não de uma faculdade, apenas inicia a longa jornada da informação...



Aliás, Deus deve ter inventado o foca num dia de boníssimo humor.



Só assim para entender criaturas tão empenhadas na produção do insólito.



Lembro do “causo” de um grande jornalista, hoje, um dos mais brilhantes redatores que conheço.



Quando foca, foi cobrir aquela matança de porcos, durante a peste suína. Aí, tascou: “E os porquinhos olhavam melancólicos para os seus algozes...”



Nada contra a poesia que já então se revelava nesse grande redator.



Mas, graças a Deus, os anos o ensinaram a suprimir tais projeções...



Eu também já fui assim – é, caro leitor, não nasci “dinossáurica”...



Certa vez, tasquei: “E fulana morreu na segunda das quatro operações a que foi submetida...”



Quer dizer: operei um “presunto”!...



Todos passamos por essa fase. De muitos enganos, é verdade. Mas, também, de dulcíssimas ilusões...



Porque, quando focas, quando na infância do jornalismo, ainda cultivamos alguma esperança nos grandes veículos de comunicação.



Ainda não enxergamos – e há quem passe a vida sem enxergar!... – os interesses por trás da notícia, por vezes, desde o nascedouro, que são as fontes...



E também pensamos, nessa gênese do jornalista, que faremos, individualmente, alguma diferença nessa disputa pela posse de um bem que é de extrema importância social.



Daí que as redações também se assemelhem a um teatro de operações.



Há os que cruzam a fronteira do jornalismo para a pura e simples militância.



Há os que, pragmaticamente, apenas jogam, sem mais ilusões que não a de permanecer na mesa de jogo.



E há aqueles que o duro cotidiano das redações faz esquecer aquilo que, um dia, os moveu – o amor pela informação...



Quando comecei em jornal, há quase três décadas, era esse o principal atrativo de uma redação: o amor pela informação...



Não, não apenas o “poder” que muitos imaginam que essa profissão traz ou trará – eis que essa capacidade, bem mais que em qualquer outra posição social, é pura ilusão.



Mas, a paixão, mesma, pela notícia. Pelo arrepio, o frio na espinha, o bater acelerado do coração que só um belíssimo “furo” é capaz de proporcionar...



(Coleguinhas, atenção: recolham as garras do alien; nada de sacanagem!...)



Por isso, caro leitor, redação que se preze também é um laboratório de insanidade; a loucura em condições aparentemente controladas.



Terreno fértil a todas as neuroses e psicoses.



Um estresse permanente, o gatilho para inúmeras doenças letais.



Até pelos muitos “vícios” que vamos adquirindo, com o cafezinho farto, o cigarro, o álcool, a alimentação nociva, os antidepressivos...



Mas, pergunte se algum de nós quer largar essa cachaça...



Uns até se afastam, permanecem algum tempo em assessorias, que dão mais dinheiro, menos trabalho e nem a metade das dores de cabeça de uma redação.



Mas, jornalista que é jornalista tem as assessorias como mera questão de sobrevivência – e, para mim, assessoria de imprensa nem é função de jornalista, mas, de relações públicas.



Jornalista que é jornalista faz de tudo para permanecer nesta “cachaça”.



Para sorvê-la até a última gota, ao teclado de um computador.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

pensando, pensando






Tucanos, petistas e outros bichos









Agradeço de coração a todos os leitores deste blog, que batem ponto toda semana neste cafofo.




Sei que vocês que aqui vêm desde os primórdios da Perereca da Vizinha já nem estranham mais as minhas ausências.


Mesmo assim, peço desculpas pela demora em postar, novamente, alguma coisa interessante.


Primeiro, andei meio adoentada, com essa minha mania horrorosa de comer tudo que é porcaria que vejo encontro pela frente.


Mas, o principal é que precisava exorcizar uns “fantasmas do passado”, digamos assim.


Precisava varrer do horizonte uma etapa da minha vida; precisava fechar definitivamente uma porta, para que nunca mais volte a se abrir...


Sinto-me, agora, bem mais aliviada, como alguém que, aos poucos, vai retomando a estrada.


Como se colocasse a mochila nos ombros e me deixasse enfeitiçar pelos horizontes e horizontes que se vão construindo em minha cabeça.


Com o coração a bater acelerado.


Com os olhos novamente dispostos a olhar em volta, a redescobrir toda a beleza do mundo.


É bom me sentir assim; fazia tempo que não me sentia assim.


Capaz de seguir em frente e de começar, de fato, uma nova etapa da minha vida.


Não, como disse a um amigo, um petista maravilhoso que me telefonou, não estou “preparando” coisa alguma, neste prolongado silêncio...


Estou, apenas, dando um tempo, enquanto vou me adaptando a O Liberal.
Preciso encontrar o ponto do bolo, digamos assim. Preciso me afinar com o jornal, do ponto de vista da linguagem e das matérias que lhe interessam. Até porque disso daí depende a minha sobrevivência...


Ou seja, tenho direcionado as minhas melhores energias para lá.


Além disso, andei “cozinhando” algumas coisas na minha cabeça.


O novo capítulo da Orgia no Rangão, que, aos poucos, vai surgindo na minha cabeça; as crônicas, umas quatro ou cinco, que tenho de terminar; o romance que preciso retomar; a poesia que se calou e que nunca mais veio bater-me à porta do coração...


Mas, também é verdade, tenho pensado em umas pautas bacanas, até pelas muitas dicas que tenho recebido.



Como disse, há meses, a esse meu amigo petista, não pretendo retomar o Caso Hangar.


Embora, é verdade, já tenham surgido vários fatos novos e até “ofertas complexas” de investigação. E até coisas complexas que mereceriam, sim, uma profunda investigação.





Mas, não pretendo, de forma alguma, contribuir para um eventual “impedimento” da minha xará.



Primeiro porque abomino “tapetão” – para mim, isso nada mais é do que desespero político.


Segundo porque tenho a responsabilidade de uma militante política que compreende como acessória a sua condição de jornalista.


Terceiro, e decorrente da compreensão acima, porque jamais me disporia a prejudicar os nossos irmãos petistas, se isso resultasse, simplesmente, em benefício do PMDB ou de qualquer outro partido integrante da “massa atrasada” deste país.


Tenho de reconhecer que, no Caso Hangar, me deixei levar, momentaneamente, pela raiva – e nem peço desculpas por isso, porque acho que isso é, simplesmente, humano.


Incomodou-me profundamente o fato de ter assumido, de repente, a condição de “parte” nessa história toda.


Primeiro porque tenho pra mim que jornalista não é parte de coisa alguma.


A gente noticia, briga pela informação.


E, ao contrário do que imaginam muitos coleguinhas, na produção de uma notícia, não espelhamos, simplesmente, “isenção”.


Mas, toda uma história de vida, toda uma compreensão de mundo, que, afinal, fez de nós aquilo que somos.


Mas, denunciar fatos ao Ministério Público, ao TCE, ou a qualquer instância, não compete ao jornalista.


E isso sempre me incomodou muitíssimo, pela atitude que fui levada a tomar, tanto pela arrogância e certeza de impunidade da doutora Joana Pessoa, quanto pela raiva que senti ao ser chamada de “inescrupulosa”.



E logo eu, que, ao ligar para amigos, em 2006, alertava: “Estou te ligando não como amiga, mas, como repórter de tal jornal”.


Quer dizer, fiquei profundamente sentida com tal acusação. Tanto pelas minhas atitudes, quanto pelo fato de me parecer que a doutora Joana Pessoa não tem, simplesmente, moral para classificar de “inescrupuloso” a quem quer que seja.



Mas, deixa pra lá, já passou.


Isso não significa, no entanto, que vou deixar de fiscalizar o Governo da minha xará.



Creio que essa, afinal, é a maior função de um jornalista: levar ao conhecimento da sociedade a “sujeira” que os governos tentam varrer para debaixo do tapete.



Porque, infelizmente, mesmo o PSDB e o PT, que são os partidos mais avançados deste país, têm um medo danado da sociedade – a sociedade que, longe de ser inimiga, é, em verdade, uma inestimável aliada de quem pretenda fazer avançar o Brasil, em termos sociais e econômicos.




Mas, guardo a esperança de que os irmãos petistas e tucanos, um dia, compreendam isso. O dia em que deixarão de torrar milhões em propaganda, para investir em publicidade.



Ou seja, o dia em que deixarão de torrar dinheiro público a vender um “paraíso” inexistente.



E que investirão esse dinheiro para, de fato, informar a sociedade e chamá-la, convocá-la, a discutir a construção do próprio destino.



Gosto muito dos moldes daquela tendência, que me foge o nome, do Paulo Rocha e do Mário Cardoso.



É bem verdade que, como tucana que sou, considerei algo “pitoresca” essa prática de até motoristas serem chamados a debater questões estratégicas...



Mas, como tucana visceral, também fiquei como que “encantada”...
Afinal, me vi, de repente, e pega quase que desnuda, diante da democracia radical.



Acho que é por isso que fiquei a gostar tanto do Mário: afinal, ele e o grupo dele colocam em prática aquilo que a gente apenas teoriza.
Essa crença, melhor dizendo, essa certeza na capacidade racional das pessoas, por mais humildes que sejam, faz uma falta danada a nós, os tucanos...



Nós, os tucanos, nos habituamos a incorporar todas as descobertas científicas acerca do animal humano.



A ver o Humano não apenas como mero produto social, mas, com esses interesses individuais que nada têm de Divino.


E consideramos que isso, essa nossa idéia do Humano, é o mais correto.
E foi isso que, aliás, nos fez melhores negociadores a “agregadores” de apoios, que os nossos irmãos.



Sem ilusões acerca da própria espécie, pudemos jogar o “toma-lá-dá-cá”, sem crises existenciais e de forma compacta, como, aliás, exigem todos os acordos políticos.



Mas, a nós – e creio que, nesse caso, falo por todos os tucanos – não deixa de ser tentadora (e até singela, para recorrer ao tucanês...) a possibilidade de crer na capacidade, na ânsia, do indivíduo de se subordinar ao coletivo.



É um sonho, essa compreensão...




Um sonho que a gente sabe irrealizável. Mas, que nem por isso deixa de nos “atentar” aqui e ali...



Dia desses comecei a escrever um artigo – e o título era “toma que o filho é teu” – em que tentava colocar os pingos nos iis nessa questão da segurança pública.


Não publiquei; ta aí no meu arquivo de posts não publicados.


Nele, mostrava que os tucanos têm de parar com essa história de jogar para o costado do PT a “culpa” por essa violência que está aí.


Afinal, essa é uma irresponsabilidade que nós, os tucanos, teremos de carregar, talvez, por várias décadas.


E é aqui que eu acho tão interessante essa simbiose entre tucanos e petistas.


A gente, no fundo, quer a mesma coisa. Mas, para chegar lá, prioriza isso ou aquilo – o equilíbrio das contas, por exemplo, ou os investimentos sociais.



E, afinal, temos, sim, de pagar a conta pela opção que fizemos.


Aconteceu com os tucanos; acontecerá com os petistas...


Mas, sabem, camaradas, bom mesmo é essa consciência de que fizemos o possível e o impossível para melhorar a sociedade em que vivemos.


Erramos aqui e ali, acertamos aqui e ali. Mas, sobretudo, FIZEMOS.


Vamos seguir nos dando bicudas.


Eu, pelo menos, já estou preparando mais uma – e, por favor, xará, não se avexe, tome mais é uma maracujina...


Mas, creio, todos temos a noção da importância uns dos outros.


Daquilo que nos irmana: um Brasil e um Pará melhores. Um Brasil e um Pará mais justos, mais igualitários.


(E eu penso que, a essas alturas, o pessoal do PFL e do PMDB deve de estar pensando: “esses filhos da puta são todos comunistas!...”)


E não é que somos?!!!


FUUUUUIIIIIIII!!!!!!






(P.S. Deixa os 10% de analfabetismo de São Paulo prá lá. Foi um bicudão – e válido! - do Lula. O Serra é que tem de botar o carecão pra pensar mais rápido...)

Sessão Bregão

Pra ti!...






Amanhã


Me prendeste numa redoma por toda vida
Me roubaste a juventude, a liberdade
Me calava pra não perder-te,eu te queria
Até o dia que despertei e não te quis mais



_(Reginaldo:)Quando eu cheguei pra você,não sentia nada
Te falava desde o princípio até o final


_(Roberta:)Me deixavas por muito tempo sozinha em casa
Que eu era um bem que só te fazia mal


Amanhã, eu vou pensar numa nova vida
Amanhã, serei outra vez o que um dia fui


(Reginaldo:)Preciso encontrar um jeito, uma saída

(Roberta:) Amanhã, vou ser livre e ser feliz


Amanhã, eu vou pensar numa nova vida
Fazer tudo aquilo que sempre quis

(Reginaldo:)Sozinha, sem mim, você estará perdida
(Roberta:)Te juro, mesmo sozinha serei feliz

(Vamo lá!...)


Tratarei de recuperar o que havia perdido
Viverei como se a vida fosse acabar


(Reginaldo:)Ainda é tempo, volta pra mim, pois eu te quero
(Roberta:)Sinto muito, mas não vou voltar


Amanhã, irei pensar numa nova vida
Amanhã,eu serei outra vez o que um dia fui


(Reginaldo:)Preciso encontrar um jeito, uma saída
Amanhã, eu vou ser livre e ser feliz

Amanhã, eu vou pensar numa nova vida
Fazer tudo aquilo que sempre quis

(Reginaldo:)Sozinha, sem mim, você estará perdida
(Roberta:0J) (Você é que pensa!!!!)
Te juro, mesmo sozinha, eu serei feliz


(Paixão!...)


(Roberta Miranda)