terça-feira, 24 de junho de 2008

parauapebas

Wanterlor versus Darci



É bem possível que até depois de amanhã, sexta-feira, o PT de Parauapebas fume o cachimbo da paz. Pelo menos foi isso o que me garantiu, ontem, o vereador Wanterlor Bandeira, que derrotou o prefeito Darci Lermen nas prévias partidárias, para a escolha do candidato a prefeito da cidade, nas eleições de outubro.


Como não estava comendo ninguém e passava pelo município, decidi lançar mais um olhar de peixe morto para aquele negão bacanão. Sabem como é: sou acionista nata e majoritária da Perobal SA.


De sorte que tivemos uma prosa bacana, que só não postei ontem mesmo porque a internet deu pau e ando enlouquecida de trabalho.


Tranqüilo, mas firme, Wanterlor fez muitas críticas ao PT local. Mas deixou a porta entreaberta a conversações, que, segundo ele, caminham a passos largos para um consenso.


Wanterlor me disse que o Diretório Municipal anulou o encontro que o Darci tentou realizar, para reverter as prévias, e que o partido perdeu todos os prazos estatutários. De sorte que, agora, para mudar o cenário (ele não disse, mas deixou no ar) só através de uma saída negociada.


Contou que a direção local do PT havia concentrado poderes em torno de Milton Zimmerman, que até já pediu afastamento temporário do partido depois do temporal advindo das prévias.


Considera que a saída de Zimmerman já foi um avanço para o PT, trabalha, agora, para unir o partido e tem consciência de que Darci é o melhor candidato para ganhar a eleição.


Mas quer, ao menos, discutir os rumos partidários e a gestão municipal, para que se possa retomar a linha programática do PT. E considera prioritário, por exemplo, que uma secretaria como a de Obras, que tem um orçamento de R$ 80 milhões, volte às mãos da legenda, em vez de permanecer com o PSDC, que nem vereador possui.


Wanterlor confirmou que teve o apoio, nas prévias, das lideranças locais da Unidade na Luta e do PT pra Valer, as duas correntes majoritárias do partido, no estado. Mas informou que pertence à Articulação de Esquerda, tendência mais próxima da antiga Força Socialista.


Disse que Darci já aceitou discutir as propostas dos vencedores das prévias, inclusive a possibilidade de uma chapa pura ou a manutenção do atual vice-prefeito, pastor Moisés, do PSC. Mas os principais pontos em debate são mesmo o PT e a gestão municipal.


No entanto, com as discussões já em andamento, tudo caminha para que o partido marche unido nestas eleições – “isso, é claro, se o Darci não recuar”.


Segundo ele, os ânimos, que andavam bem acirrados, acabaram arrefecendo, anteontem, com a chegada a Parauapebas de pessoas ligadas aos deputados Bernadete Ten Caten e Zé Geraldo (do PT Pra Valer).


Wanterlor observou que está brigando com duas máquinas poderosas, a da Prefeitura e a do Estado, além de pesar contra ele o fato de ter saído e retornado ao PT.


Por isso, me pareceu que nunca teve ilusões de manter a vitória das prévias. Até porque disse: “A novidade em tudo isso é o PT resgatar o debate, a democracia interna, que, nestes três anos, foram completamente esquecidos”.


Wanterlor não acredita em intervenção no Diretório Municipal e garante que há boas chances de recomposição, até esta sexta-feira.


Mas, para isso é preciso que Darci apresente um plano de gestão que vá ao encontro da linha programática do PT e que o partido esteja mais bem representado no próximo governo.


Hoje, disse ele, o PT detém a Educação, o Meio Ambiente, as Finanças e a Secretaria de Gabinete, o que dá mais ou menos um terço do governo. Mas a maior parte do orçamento está nas mãos de outras legendas: PDT, PSDC, PPS, PP.


Ele confirmou que não será candidato a vereador e disse que, “se não for candidato a prefeito” pretende, mesmo, é “voltar para dentro do partido”.


Pergunto se quer a presidência da municipal. Ele insiste: “pretendo ir pra dentro do partido”.


E eu saí de lá com a impressão de que aquele negão bacanão está é jogando para o futuro: quer é ser candidato a prefeito em 2012, para suceder ou o Darci ou a Bel – quer dizer, qualquer que seja o vencedor desta eleição...

sábado, 21 de junho de 2008

darci

Darci e Wanterlor



I

Conheci Wanterlor (acho que é assim que se escreve) numa ida a Parauapebas.


Fiquei a olhar pra ele com uns olhos de peixe morto: que negão bacanão!


Catita, espertíssimo. Tão esperto que entra naquela do: faz de conta que eu não percebo que tu percebes a minha esperteza...


Excelente jogador.


Tão bom que foi para o PSOL, que parece ser o seu partido do coração, mas retornou ao PT, pragmaticamente, para se reeleger.


Para mim isso não representa qualquer demérito: é capacidade, matemática, de jogar. Por outras palavras, de encarar friamente o jogo político.


Também não vejo grandes diferenças entre o pai, o PT, e o filho, o PSOL.


Esse último, bem que poderia se contentar em ser, apenas, mais uma corrente petista, como a DS, por exemplo.


Mas, teve a coragem de se assumir, para construir, entre marchas e contramarchas, entre ganhos e perdas tremendas (vide a derrota da grande deputada Araceli Lemos; que falta que ela faz!...) o Brasil que imagina ser o melhor.


É o melhor deles, não é o meu melhor. Mas, eu gosto de imaginar que, lá bem no fundo do coração, a gente quer a mesmíssima coisa...


A quebra da espinha dorsal desse escravismo que, há 500 anos, domina o nosso país.


Uma relação mais respeitosa dessa infâmia que sempre foi a Companhia Vale do Rio Doce.


Cidadania, democracia. Respeito, solidariedade. Reconhecimento de que o seu José e a dona Maria têm, exatamente, os mesmos direitos que eu a uma vida melhor.


Se o que eu penso ou o que eles pensam é factível ou é um sonho, só a história, com a sua marcha irrefreável, dirá.


Mas, respeito esses companheiros e sinto um baita orgulho em acreditar que eles me respeitam também.


Gostei do negão: ele tem tutano. É humano. Apesar da política, conseguiu conservar esse bem, que é a humanidade.


Mas, não estou aqui para falar do aparentemente vitorioso Wanterlor. E sim, do aparentemente perdedor, companheiro Darci.


II

Há dias apaguei um post pra lá de bêbado e nem avisei aos leitores, dada a pressa de viajar.

Nele, eu lembrava a aflição de um promotor, na campanha de 2006, que, de repente, sentiu que teria de impugnar a Ana, porque ela não havia declarado a propriedade de um apartamento.

E, no final, esse promotor acalmou-se ao descobrir que a Ana, afinal, vendera o apartamento, para pagar dívidas da campanha de 2004.

Lembro que ela até chorou, sem querer chorar, ao relatar essa história: a venda forçada do único bem que conseguiu amealhar, em décadas de trabalho, e que, certamente, sonhava em deixar aos filhos...

A minha xará é assim: uma mulher de fibra!...

E eu recordo que terminava aquele post apagado dizendo mais ou menos isto: que eu me sentia, agora, na mesma miserável condição daquele promotor.

Só que com um agravante: percebi que essa história da merenda de Parauapebas não bate. E infelizmente, desgraçadamente, não encontro maneira de dizer que bate...

III

Não conheço pessoalmente o Darci Lermen. Mas, de tudo o que vi, li e ouvi consegui depreender que é um quadro magnífico das esquerdas.

Sujeito esquisitão, para os padrões da política brasileira: elegeu-se prefeito, tem a caneta na mão. Mas, ao invés de se esquecer do povo que o elegeu, como fazem todos, preferiu continuar a se comportar como um mero cidadão.

Ao invés de se vender à poderosíssima Vale, que, certamente, deve ter lhe oferecido mundos e fundos, preferiu continuar com o seu bonezinho do MST.

Só por isso, pra mim, sem trocadilho, ele já vale um bocado...

O comportamento de Darci, a firmeza de Darci, ajudam, aliás, a compreender um bocadinho a ferocidade da Vale, nessa tentativa de derrubá-lo.

Darci está para Cuba, como a Vale está para os Estados Unidos.

É o mesmo ódio do império, em relação ao preto, ao aborígene, ao pobre, que insiste em demonstrar que é o verdadeiro senhor daquilo que o império julga, apenas, um quintal.

E eu até compreendo o ódio da Vale e daquele seu presidente arrogante e mal educado, que esqueci o nome: de fato, deve dar uma revolta danada encarar esses “índios arredios”, que preferem atirar no helicóptero a se contentar que as miçanguinhas e os espelhinhos que ela distribui...

IV

Mas, apesar dessa firmeza do companheiro Darci, do seu compromisso com a sociedade – compromisso de “classe”, diria ele – tenho, infelizmente, de reconhecer que ele padece de alguns defeitos insanáveis.

O primeiro, certamente, é a incompetência para o cargo que ocupa.

Daí, talvez, muitos dos erros que cometeu.

Darci não tem noção do funcionamento da máquina pública, e muito menos, de planejamento.

E, para mim, há dois exemplos antológicos disso.

O primeiro, todo mundo soube e riu: a crença de que, num processo em que o mérito transitou em julgado, inexistem recursos protelatórios.

É mais ou menos assim: o Supremo determinou que eu e várias outras pessoas lesadas temos o direito de receber um pagamento, um ressarcimento, pelo dano que nos foi causado.

Bom, num país sério, eu até poderia incluir esse dinheiro no meu orçamento imediato. E aí contratar um mestre de obras, um engenheiro, um arquiteto, para reformar imediatamente a minha casa.

Mas, isso não acontece em países avacalhados como o Brasil, em que se pode contratar uma penca de excelentes advogados para dizer, simplesmente, o seguinte: sim, mas eu não entendi o que significa essa sentença, realmente... E: sim, vamos pagar, mas, de que jeito?

E é claro que a tudo isso ajuda não apenas a pilha de processos sobre as mesas dos senhores magistrados, mas, principalmente, a corrupção que grassa neste país.

O outro exemplo é a própria situação de Parauapebas, com esse orçamento extraordinário, superior a R$ 250 milhões por ano, o segundo do Pará, atrás, apenas, de Belém.

Caramba, é verdade que há um fluxo migratório absurdo no sudeste do Pará, por conta justamente, da atividade da Vale, que não destina ao estado nem 000000000000,1% de seus lucros, para mitigar esses impactos sociais, que já vêm de longa data.

Mas, talvez que com um mínimo de planejamento e com um orçamento tão grandioso, seja possível ir de alguma forma orientando esse crescimento populacional, em vez de simplesmente ir aceitando, passivamente, a miséria que ele cria.

Acho que até já falei sobre isso: tá bom, eu tenho um incremento populacional absurdo, de 10%, 20%, 30% ao ano.

Mas, eu tenho uma média histórica, né mermo? E é com uma margem, um percentual acima desse índice que eu tenho de jogar – na educação, na saúde, no saneamento e por aí vai.

Mas, o Darci não conseguiu pensar assim nem em relação a uma única escola: peguei o caso de uma escola, bacana, por sinal, que ele construiu. Mas, que teve de mandar fazer um anexo miserável, de madeira, para contemplar a mixaria de 300 alunos – e eu digo mixaria, porque a escola tem em torno de 2.000 estudantes – no mesmo ano letivo.

O que eu não posso, numa cidade como Parauapebas, é pensar apenas o presente imediato.

Se a comunidade, no momento em que projetei uma escola, um posto de saúde, um sistema de abastecimento, é de duas mil pessoas, eu preciso pensar numa defasagem ainda maior do que eu pensaria em qualquer outra cidade.

Eu tenho de buscar um parâmetro – a média histórica de crescimento. E aplicar aí uma margem de segurança.

Em suma: se houvesse um mínimo de planejamento, dava ou não, para, ao menos naquele ano, naquela escola,contemplar todo mundo?

V

Mais grave, para mim, porém, de tudo aquilo que apurei, é a questão da merenda.

Aí concordo com o Wanterlor, estivesse ou não ele jogando: desviar dinheiro, num partido de esquerda, é inaceitável – e eu diria complexo, porque todos fazemos isso, os recursos de caixa dois, imprescindíveis não apenas devido à legislação, mas à história deste país escravista, que não vai financiar, justamente, aqueles que tentam romper com isso, né mermo?

Mas, se isso já é complicado no superfaturamento de uma estrada, por exemplo, mais complicado se torna quando atinge a merenda das crianças ou os remédios dos doentes...

E aí a gente vai cair numa coisa que tenho repisado aqui – é só ver os posts anteriores: quais os limites éticos desse tipo de ação?

Até onde podemos ir ao negociar com essa bandidagem que está aí? Em que setores poderemos negociar? E quais as bases dessa negociação?

Infelizmente, PSDB e PT, que buscamos, inteligentemente, transformar a sociedade brasileira, numa sentamos para discutir isso.

Um faz – e o outro imagina que, por isso, está autorizado a fazer, sem ao menos questionar por critérios nesse tipo de ação.

Essa é uma discussão que até já passou do tempo de ser levada; tá pra lá de amarelo-vermelha; vai cair da árvore sem que se lhe dê uma solução.

E a gente tem, sim, de sentar para ver isso.

Porque, se nos cabe o comando da “massa atrasada”, cabe-nos, também, o balizamento, as diretrizes, os caminhos, por onde todos andarão.

E eu, com licença, vou encher a cara.

FUUUUIIIIIII!!!!!

sexta-feira, 20 de junho de 2008

barão




A Morte do Barão



A Perereca está pra lá de consternada por se encontrar tão longe de Belém, num momento como esse em que o Barão tem de passar horas ao telefone, desmentindo a própria morte...



Que coisa, né xentes? Ó alma maligna, a que pensou em algo assim...




Afinal, a morte do Barão seria uma perda irreparável, ou até, uma irreparável perda não apenas para Inhangapi, mas, para todo o Brejo.




Pelo telefone, minha correspondente diz, desconsolada: “Vixe Maria, comadre, pois num é que adeu bode na cabeça?!!!...” E completa: “diz que o ômi se atremia atodinho, atodinho!...”




E eu aqui tão distante, chuif!...




Mas avorto, logo,logo, com tudo que é detalhe desse causo espantoso...

sexta-feira, 13 de junho de 2008

vere II

Verequete II



Foi pura emoção. E, acreditem, quem perdeu, perdeu um show pra lá de bacana.


Na Estação Gasômetro, na última quinta-feira, 12 de junho de 2008, Dia dos Namorados, uma pá de grandes artistas paraenses prestou homenagem ao Mestre Verequete – pra quem não sabe, aquele sujeito, de 91 anos, em que Deus insiste em plantar centenas de carimbós, no fundo do coração!...


Tinha gente velha e nova; rica, pobre e remediada, de tudo que é jeito. Mas, com uma paixão danada por essa alma índia, negra e branca – a alma cabocla - que nos une...


Teve até verso do Drummond: “A Infância”.


Um poeta magnífico, só não maior que o Bandeira (tás vendo como eu tinha razão, Euclides?...) a descobrir que o mistério da vida que temos, e que por vezes nem sabemos que temos, é infinitamente maior que toda a literatura!...


(E eu fiquei atenta àquela sonoridade. Quem sabe, um dia, não consiga macaqueá-la, né mermo?...)


Teve até um trio arretado, que tento, mas (ah, a falta que faz um editor!...) não recordo o nome. Mas que deixa a gente de queixo caído com o-brinquedo-em-que-transforma-todos-os-sons... E a gente se põe a pensar: já nem é maconha, mano!... É ayuasca, mermo!...


Teve dançarino de carimbó, daqueles que a gente imagina que já nasceu, de sete meses, a dançar o carimbó...


Teve aquele baixinho, o Ivan Cardoso – um gigante de voz e de criatividade!


E teve, como não havia de faltar, o Arraial do Pavulagem, com o Boi, que nem gosto tanto assim (prefiro, a léguas, o carimbó!).


Mas, que mexe com as pessoas de um jeito que a gente fica até se perguntando se a gente é que não está errada, afinal, por não apreciar uma coisa que faz até uma idosa se levantar, pra ir dançar na arquibancada... E com meninas da idade das netas dela, pois, pois...


Levei minha filha, de 19 anos, e fiquei encantada ao ver a paixão com que ela cantava as músicas do Mestre...


Chorei, mas, escondi as lágrimas – em tais momentos é que a gente dá graças a Deus pela escuridão!... Vai que alguém pensasse que estava ficando doida, ao me esvair em lágrimas ao som de um carimbó, né mermo?...


Lembrei tanta coisa da minha vida, da minha mocidade!...


E invejei, profundamente, o Mestre!


Porque, se Deus me ouvisse, pediria, apenas, isto: concede-me, Senhor, essa graça!...


A graça de viver quase um século, sempre a “mastigar” tal beleza...


A beleza desse nosso ARRETADO!... Caboclo-coração!...

quinta-feira, 12 de junho de 2008

namorados

Feliz Dia dos Namorados!



Só Chamei Porque Te Amo!


(I Just Called To Say I Love You)


Não é Natal
Nem ano bom
Nem um sinal no céu
Nenhum armagedom
Nenhuma data especial
Nenhum ET brincando aqui
No meu quintal

Nada de mais
Nada de mal
Ninguém comigo
Além da solidão
Nem mesmo um verso original
Pra te dizer
E começar uma canção

Só chamei porque te amo
Só chamei porque
É grande a paixão
Só chamei porque te amo
Lá bem fundo
Fundo do meu coração

Nem carnaval
Nem São João
Nenhum balão no céu
Nem luar do sertão
Nenhuma foto no jornal
Nenhuma nota na coluna social
Nenhuma múmia se mexeu
Nenhum milagre da ciência
Aconteceu
Nenhum motivo nem razão
Quando a saudade vem
Não tem explicação

I just called
To say I love you
I just called
To say how much I care
I just called
To say I love you
And I mean it
From the bottom
Of my heart

Só chamei porque te amo
I just called
Porque é grande a paixão
I just called
Porque te amo
Lá bem fundo
Fundo
Do meu coração

(Versão primorosa: Gilberto Gil)

belém






Belém



Belém é um doce. Não daqueles doces que a gente simplesmente come, sem nem sentir o gosto.


Mas, o mistério da meninice.


O doce que a gente olhava na vitrine daquela padaria, cara e famosa.


Todo enfeitado, o danado!...


Com uns chocolates e uns cremes, que a gente se punha a sonhar a que sabia, afinal...


Belém é chuva. E o que dizer da chuva? Se tanto já dissemos daquilo que provoca.


O cheiro... O gosto... A água, o vento, o calor a acariciar o corpo...


Belém são os quintais... A fruta madurinha, chamando a gente no pé...


A manga, a sapotilha, o jambo, a graviola, o cupuaçu...


Tudo assoviando, que nem passarinho...


Que há mais a dizer, pois?


Talvez que as lembranças - nossas, e só nossas, do mais profundo de um coração...


Mas, mesmo tais lembranças são de todos...


Pois, quem não se alembrará do jogo da amarelinha, do cemitério, das petecas, da curica, da praça... – que era nossa e só nossa?


Quem não terá tido os seus jardins e os seus quintais e os seus porões?...


Quem não terá se encantado diante de um azulejo ou de um jabutizinho?


Quem não terá rezado a Deus, baixinho, os olhinhos fechados de medo, diante de tantas almas?


Quem de nós não terá vivido essa Belém?


A Belém de tantos segredos, que escutávamos, escondidinhos, atrás das portas?


A Belém da roda-gigante, dos arraiais, do algodão-doce...


Das barracas de comidas cheirosas, mais cheirosas que o mais cheiroso patchouli!...


Onde foi parar essa Belém? Quando foi que essa Belém se perdeu de nós?


Avaliem!...Dava até pra tomar banho nos canais, sem sair de lá todo curubento!... (Ou, quem sabe, as curubas fossem tantas que nem importava mais uma, né mermo?)


Dava pra fazer de conta que tudo se arresumia a um grande rio aprisionado – e não será, afinal?...


Dava pra brincar de bola na rua – e até sair correndo atrás da bola...


Porque, onde existiam, os ônibus e os carros paravam, para sonhar a criança atrás da bola...


Motoristas e passageiros xingando a menina endiabrada... E correndo com ela, em pensamento, atrás do horizonte...


Que fim levaste, Belém? Que fim levei?


Que fim levou o Grande Hotel, que até o grande Bandeira cantou? E a Mário de Andrade!... Pois, a Mário de Andrade!...


Que fim levaram os casarios da estrada de Nazaré e da São Jerônimo?


Quem te abocanhou de tal forma que já nem alembramos dos teus, dos nossos quintais?


Como se esses edifícios monstruosos, que surgem do dia para a noite, fossem coisa natural, que sempre estivesse ali...


Como se os teus quintais e os teus casarios não passassem de um encantamento...


Como se tudo isso – as memórias, que são parte daquilo que somos – estivessem tão longe, tão longe, que nem existissem de verdade...


E a gente se sente velho. Porque o novo são os edifícios que te engolem.


E que vão engolindo a gente, por dentro.


E já não há como pedir socorro aos teus casarios e aos teus quintais...


Deixamos, deixaste-nos!...


E eu vou dar boa-noite ao vizinho, que nem conheço e que nem é de ti.


Mas que existe, na minha paisagem, para que não me sinta tão só...

sábado, 7 de junho de 2008

tchau

Tchau!



Novamente vou ter de me despedir de vocês.



Daí a sofreguidão de tantos posts.



Vou passar um tempo longe – um tempo brabo, longo...



Espero que a gente se reveja; bacana se isso acontecer...



Se não, vou deixar uma musiquinha legal, que eu gosto muito, pra vocês se lembrarem de mim, como se lembram de uma criança – que é isso que sou e serei até morrer.



Jamais deixarei de brincar. E de encarar tudo isso, a vida, como uma grande brincadeira.



A gente risca o giz no chão. Pula uma casa, duas, três...



E volta ao mesmo, que, sem voltar ao mesmo, o jogo não tem graça alguma...



A gente olha o céu, sente o vento, pressente a chuva. E se arrisca entre os carros a passar, para apanhar a bola, que vale tanto quanto o coração...



Por que deixamos morrer a criança, ao invés de acalentá-la?



Por que nos deixamos matar e envelhecer, por dentro, quando bastaria, apenas, continuar a brincar?



Por que temos tanto medo de brincar, mais do que qualquer coisa no mundo?



É como se, ao endurecer o coração, para enfrentar a vida adulta, precisássemos banir uma parte daquilo que somos...



Associamos essa permanência da criança à loucura e ao ridículo.



Mas, na verdade, doido e ridículo é quem não sabe ser criança e brincar...



Doido e ridículo é quem se consome, e à parca vida que pensa possuir, numa “seriedade” que só os vermes acharão bacana... Porque, com certeza, os “sérios” terão mais entranhas a devorar...



Imagino Deus como uma criança, um grande brincalhão.



Alguém que resolveu dar 70 anos de vida a um Ser que tem consciência de si e dos bilhões de anos do Universo...



Deus é um menino jogando peteca.



E eu espero, apenas, o momento de jogar peteca com Ele.



Porque, tenho certeza, vou rapelá-lo!...



Vai aí uma petequinha básica?...





A Casa




Era uma casa muito engraçada
Não tinha teto, não tinha nada
Ninguém podia entrar nela, não
Porque na casa não tinha chão
Ninguém podia dormir na rede
Porque na casa não tinha parede
Ninguém podia fazer pipi
Porque penico não tinha ali




Era uma casa muito engraçada
Não tinha teto, não tinha nada
Ninguém podia entrar nela, não
Porque na casa não tinha chão
Ninguém podia dormir na rede
Porque na casa não tinha parede
Ninguém podia fazer pipi
Porque penico não tinha ali




Mas era feita com muito esmero
Na rua dos bobos, número zero



(Vinícius de Moraes)

todas as mulheres!

Todas as Mulheres do Mundo


(Diga que me odeia
Mas diga que não vive sem mim
Eu sou uma praga
Maria sem-vergonha do seu jardim)


Mães assassinas, filhas de Maria
Polícias femininas, nazijudias
Gatas gatunas, kengas no cio
Esposas drogadas, tadinhas, mal pagas


Toda mulher quer ser amada
Toda mulher quer ser feliz
Toda mulher se faz de doida
Toda mulher é meio Leila Diniz


Garotas de Ipanema, minas de Minas
Loiras, morenas, messalinas
Santas sinistras, ministras malvadas
Imeldas, Evitas, Beneditas estupradas


Toda mulher quer ser amada
Toda mulher quer ser feliz
Toda mulher se faz de coitada
Toda mulher é meio Leila Diniz


Paquitas de paquete, Xuxas em crise
Macacas de auditório,velhas atrizes
Patroas babacas, empregadas mandonas
Madonnas na cama, Dianas corneadas


Toda mulher quer ser amada
Toda mulher quer ser feliz
Toda mulher se faz de coitada
Toda mulher é meio Leila Diniz


Socialites plebéias, rainhas decadentes
Manecas alcéias, enfermeiras doentes
Madrastas malditas, superhomem sapatas
Irmãs La Dulce beaidetificadas


Toda mulher quer ser amada
Toda mulher quer ser feliz
Toda mulher se faz de coitada
Toda mulher é meio Leila Diniz


(Ave Maria cheia de graça, o senhor é que convosco, bendita sois vós entre as mulheres, bendito é fruto do vosso ventre, Jesus... bluuuu)


(Rita Lee)


Ouçam com a Cássia Eller, ao vivo, em “Veneno Vivo”

sexta-feira, 6 de junho de 2008

verequete

Salve, Augusto Gomes Rodrigues!



Depois de 23 dias internado, Verequete deixou, finalmente, o Hospital Barros Barreto.


Já era esperado: Deus não seria doido de deixar o Mestre morrer assim...


É certo que já tem quase um século – 91 anos, leio no portal das ORM.


Mas, Deus haja a semear poesia naquele coração...


Tantos versos quanto as areias do mar, na própria expressão desse monumento da cultura paraense.


Um monumento tão maltratado que precisa de ajuda... para sobreviver!


O Pará tem dessas coisas.


Prefere as homenagens post mortem, nas quais sempre dá para fixar a plaquinha com o nome do mandatário de plantão...


Tem show para ajudar Verequete, na próxima quinta-feira, dia 12, no Teatro Estação Gasômetro, às 20h. Com o Arraial do Pavulagem, Ivan Cardoso, Márcio Macedo, Curimbó de Bolso, Quaderna, Pedrinho Calado e Trio Manari. Informações 3266-8407 / 8876-6961 / 8120-6634.


Mas, cá entre nós, se era para alguém da estatura do Verequete estar precisando de ajuda assim, né?


Que falta de respeito, né mermo?


Cadê o Governo do Estado, a Assembléia Legislativa, as prefeituras e as câmaras municipais?


Por que é que se tem ajuda, pensão, pra tudo que é “ex” disso e daquilo, por vezes, até de mais de R$ 30 mil, e não se tem uma pensão, uma ajuda decente para um “monstro” da cultura popular, como é o nosso Verequete?


É o caso de se dizer, de modo bem paraense: égua da bacanagem!



Chama Verequete



Chama Verequete, ê ê ê ê
Chama Verequete, ô ô ô ô
Chama Verequete, ruuuum



Chama Verequete, oh! Verê
Oi chama Verequete, oh! Verê



Ogum balailê



Ogum balailê, pelejar, pelejar



Ogum, Ogum, tatára com Deus
Guerreiro Ogum, tatára com Deus
Mamãe Ogum, tatára com Deus



Aruanda



Aruanda, aruanda, aruandaê



Mandei fazer meu terreiro
Bem na beirinha do mar
Mandei fazer meu terreiro
Só pra mim brincar.



Sereia do Mar



Eu sou a sereia do mar
Eu tô deitada na areia
Tô ouvindo teu cantar



O carimbó é muito quente
Da cintura prá baixo eu sou peixe
Da cintura pra cima eu sou gente



No meu barco à vela
Viajo a noite inteira
Com o poderio da sereia
Enfrento a cachoeira.




Pescador



Eu tava pescando, morena
Com a linha na mão
Errei uma pescada, morena
Puxei um tubarão



Ah! Como é bom pescar
Na beira mar
Em noite de luar!



(Todas as letras foram retiradas do disco “Verequete”, editado pelo projeto “Uirapuru – o Canto da Amazônia”, da Secult, em 1995)

sargento

Um atentado à democracia



Não sou muito de comentar episódios que acontecem fora do Pará e que não têm, aparentemente, muito a ver com política – afinal, esse nunca foi o perfil deste blog.


Mas, essa história dos dois sargentos gays, que estão sendo vítimas de uma brutalidade indizível pela opção sexual que decidiram tornar pública, está começando a me embrulhar o estômago.


A impressão que tenho é a de que retornamos à Idade Média: você pega, prende e arrebenta quem é “diferente”. Só falta mesmo é a fogueira!...


Como é que pode uma coisa dessas? Desde quando o Exército, ou qualquer instituição que seja, está acima da Lei?


Ora, se a Constituição garante a liberdade de expressão como é possível, então, submeter a tratamento degradante dois cidadãos só porque resolveram assumir o amor que sentem um pelo outro?


Desde quando ser gay é ser bandido? Desde quando ser gay é ser doente? Desde quando ser gay é ser “pecador”? Todos esses conceitos foram varridos pela ciência e pelo avanço das liberdades democráticas. Não passam de IGNORÂNCIA pura e simples. E, mais que isso, de falta do que fazer.


Afinal, que mal me causa, o que interfere na minha vida, se duas pessoas do mesmo sexo resolvem se amar?


O que é que eu tenho a ver com isso? O que é que isso atrasa ou adianta a minha vida?


Na verdade, esse preconceito monstruoso tem a ver com essa “idolatria do pênis”.


Tudo gira em torno de pênis, do “grande macho branco”. Para o “grande macho branco” é “degradante” ser penetrado – porque isso é “próprio” da fêmea. Em relação às lésbicas, o raciocínio é semelhante: como é que a fêmea, esse “ser penetrável”, pode imaginar ter prazer sem um pênis?


É como se o pênis tivesse vida própria e fosse um “sinal” determinante de “superioridade”...


Na verdade, quem está “no armário” não são esses gays, que resolvem, de forma corajosa e legítima, assumir aquilo que sentem; o prazer que sentem no beijo, no abraço, no ato sexual com uma pessoa de mesmo sexo.


Quem nunca saiu do armário é a sociedade, com esse bando de gente frustrada, amargurada, reprimida, que só parece encontrar prazer em reprimir, frustrar e amargurar também a vida alheia.


Quem nunca saiu do armário é essa gente entranhada desse pensamento judaico-cristão, que vê demônios e pecados em tudo que é canto.


E eu fico me perguntando: cadê a OAB? Cadê as sociedades de direitos humanos? Cadê o Congresso? Cadê o Judiciário?


Que silêncio acachapante – e perigosíssimo – esse...


Quando é que vamos começar a gritar? Quando “suicidarem” o sargento?


Não... Há alguma coisa muito errada num país em que intelectuais, entidades e instituições simplesmente se calam diante de um crime desses.


Um atentado não apenas aos direitos desses dois cidadãos e de tantos outros cidadãos iguais a eles, que querem, apenas, o direito de ser felizes, do jeito que quiserem ser.


Esse é um atentado contra a própria democracia, contra a Constituição, contra a liberdade de ser e estar e pensar e expressar aquilo que se é e se pensa.


O Estado não tem o direito de interferir dessa forma na vida de um indivíduo.


E nenhuma instituição – principalmente uma instituição armada – tem o direito de se sublevar contra os direitos individuais e coletivos conquistados pela sociedade à qual pertence.


A Constituição – nós, que parimos essa Constituição... – disse não ao preconceito de qualquer espécie.


E se existe alguma norma administrativa do Exército contra os homossexuais, tal norma é claramente inconstitucional.


Quem tem de ser preso, punido, não é, portanto, esse sargento - mas os oficiais que o estão submetendo à tamanha ilegalidade.


Soberano não é o Exército: é o povo.


E as Forças Armadas têm, sim, de se submeter à vontade de todos nós.

domingo, 1 de junho de 2008

Vale



Você conhece a miséria
produzida pela Vale?




Cabocla, paraense da gema, senti-me profundamente ofendida com toda essa “rastejança” em torno do presidente da Vale, Roger Agnelli.



Fico me perguntando quanto é que ele pagou – se é que não se tratou de puxa-saquismo puro e simples – pelo “mérito” que recebeu da Fiepa, diz que em nome do povo do Pará.



Ora, o que se comenta, nos bastidores da imprensa, é que esse senhor, se pudesse, levaria daqui a Serra dos Carajás, só para não ter de olhar para essa “sub-raça”, que somos nós, os paraenses.



Mal educado, arrogante, sempre olhando de cima para essa “indiaiada braba” daqui, Agnelli parece imaginar que nos faz um “imenso favor” quando nos deixa algumas “miçanguinhas” e “espelhinhos”, em troca das montanhas de riqueza que subtrai ao Pará e aos paraenses.



Lembro que, em 2000 ou 2001, trabalhava na Secretaria Especial de Produção. Na época, os técnicos faziam um esforço tremendo para convencer a Vale a contribuir com R$ 500 mil por mês (vejam só: R$ 500 mil por mês!...), para um fundo de verticalização mineral, se não me falha a memória.



Recordo que não havia o que convencesse a Vale; as propostas iam e vinham, o tempo passava. E olhem que esses R$ 6 milhões anuais representavam, como até hoje representam, uma ínfima parcela dos preciosos impostos que a Vale sonega aos paraenses, porque os nossos governantes permitem que seja assim.



Lembro, também, das 30 mil casas populares prometidas pela mesmíssima Vale. Vejam só: quanto é que dariam essas 30 mil casas? R$ 900 mil? Um bilhão? E de quanto é que foi mesmo o lucro da Vale, só no ano passado, às custas das nossas riquezas?...



Mas, nem mesmo isso saiu. Porque a Vale e Agnelli se sentem tão senhores do Pará que fazem de besta, impunemente, até aos nossos governantes...



Óbvio que o “mérito” conferido a Agnelli foi o desagravo da vassalagem de sempre, pelos recentes bloqueios à ferrovia “dele”, que, por um desses “absurdos da natureza”, passa dentro das terras da indiaiada braba...



É claro que não concordo com as motivações que podem estar por trás desse bloqueio. E, apesar de reconhecer a importância histórica do MST, para quebrar a estrutura latifundiária deste país, divirjo de seus métodos.



Mas, como paraense, naquele caso específico, ao ver aquele bloqueio grandioso, senti uma vontade danada de estar lá, também, devidamente paramentada com as cores da bandeira do meu, do seu, do nosso Pará...



A Vale nos deve muito mais do que “miçanguinhas” e “espelhinhos”, senhor Agnelli! É só dar uma volta na periferia das cidades da área de influência dos projetos da Vale, para se ter idéia do quanto essa empresa nos deve, afinal.



Na periferia dessas cidades, longe da propaganda cara e enganosa da Vale, a nossa gente vive que nem bicho: sem água, sem luz, sem saneamento, sem segurança, sem escolas, sem postos de saúde, espremida em barracos horrendos, que não servem nem para abrigar os bem tratados animais de estimação dos Agnelli da vida!



São paraenses que aqui nasceram ou que para cá vieram, que vivem aquela “vida Severina”, tão bem descrita pelo grande poeta João Cabral de Melo Neto: a vida Severina da qual se morre de velhice, antes dos 30; de emboscada, antes dos 20; de fome, um pouco por dia...



Tal miséria, senhor Agnelli, não nasceu no Pará. Ela vem sendo “importada”, ao longo de décadas, no mesmo trem que leva daqui as nossas riquezas.



É uma legião de deserdados, em busca do Eldorado da propaganda enganosa da Vale, na qual as crianças são todas gordinhas e sorridentes e os trabalhadores têm o respeito que merecem, como acontece em muitos países do primeiro mundo.



Que brincadeira de mau gosto com a miséria da nossa gente!... Esse universo bonitinho só existe lá em cima, na Serra, no “admirável mundo novo” criado pela Vale, para apartar os “eleitos” da convivência com o “povinho do nariz furado”, que somos todos nós...



É por isso que me sinto profundamente ofendida com essa homenagem a Roger Agnelli. E creio que nós, os paraenses, deveríamos até encaminhar abaixo-assinado a Fiepa, a dizer-lhe isto: que não autorizamos, de maneira alguma, a concessão, em nosso nome, de qualquer honraria - qualquer que seja! - a esse cidadão e a essa empresa.



E penso mais: penso que os paraenses deveríamos, sim, começar uma campanha, via internet, do tipo “Você conhece a miséria produzida pela Vale?”



É anexar fotos das periferias das cidades da área de influência da Vale e fazer correr o mundo, para mostrar ao mundo que enquanto essa empresa lucra bilhões e bilhões as nossas crianças morrem de fome.



Que, enquanto essa empresa extrai toneladas e toneladas de minério daqui, as nossas florestas vão sendo destruídas pela pobreza, que é território fértil da manipulação e da ignorância; e pela ambição ensandecida da bandidagem latifundiária, que age livre, leve e solta, porque faltam recursos para incrementar a fiscalização da floresta – e boa parte dos recursos públicos que serviria para isso é engolida pelas isenções fiscais concedidas a empresas como a Vale.



A Vale e outras de seu perfil são empresas socialmente parasitárias. É como parasitas sociais, portanto, que devem ser tratadas. E não como merecedoras de algum “mérito”.



Aliás, fico imaginando o Agnelli, lá na casa dele, no Sudeste do país, longe das câmeras: como não deve ter gargalhado do “latãozinho” que lhe foi concedido, com toda a pompa e circunstância, pela vassalagem...



Para ele, todo aquele beija-mão e salamaleques e rega-bofe deve ter saído bem mais barato do que se fosse obrigado a devolver uma parcela decente da riqueza que subtrai daqui.